Na entrada do distrito de Mazagão Velho, distante 63 quilômetro da capital Macapá, nasceu uma ideia empreendedora que mudou a vida da família de Maria Francinete dos Santos, 48 anos. Com o apoio do Governo do Amapá, por meio da Agência de Fomento do Amapá (Afap), a agricultora, mãe de seis filhos, decidiu inovar e abrir a primeira panificadora da comunidade.
Casada com o também agricultor Manoel do Socorro Melo, os produtores trocaram a farinha de mandioca pela, até então desconhecida, massa de pão. “Começamos do zero. Ninguém sabia nada. Falava para meu marido, isso não vai dar certo”, lembra sorridente Francinete.
Com o nome da filha caçula do casal, a Panificadora Joana Salete começou em 2009. Nessa época, toda a produção era feita manualmente e o pequeno empreendimento precisava de um empurrão. Foi quando eles decidiram visitar a Afap para buscar um financiamento. “Era o período da Festa de São Tiago, então fui atrás de um dinheiro para comprar material e fazer mais pão”, conta.
Após a aprovação de três créditos para capital de giro na instituição, Francinete viu que era hora de investir em máquinas para aumentar a produção. Comprou uma modeladora de pão e começou a automatizar o serviço. Também investiu em qualificação para os filhos, que passaram a trabalhar no negócio gerando emprego e renda dentro de casa.
Empreendedorismo e crescimento
A visão empreendedora da família fez a panificadora crescer ainda mais. Eles enxergaram a possibilidade de aumentar o faturamento na festa deste ano, após a inauguração da Ponte da Integração. “Depois que o governo entregou a ponte nossa cidade vive cheia, imagina na festa”, calculou Francinete.
Ela e o marido procuraram novamente a Afap em busca de um financiamento para compra de uma masseira, equipamento utilizado para misturar os ingredientes e fazer a massa de pães, doces e salgados. Após a documentação aprovada, eles receberam a máquina que custa R$ 7.115,50 e tem capacidade para 15 kg de trigo, o que pode aumentar, em até seis vezes, a produção atual da panificadora.
“Conseguimos R$ 10 mil reais. O que sobrou do valor da masseira vamos comprar de material para fazer muito pão e dar conta de tanta gente que vem pra cá. Com a máquina temos condições de fazer mais de 1.000 [pães] por dia”, falou empolgada.
Sobre o financiamento
De acordo com o presidente da Afap, Francisco de Assis Costa, a empreendedora Maria Francinete foi atendida pela linha de crédito Amasol (Amapá Solidário). “Esse financiamento tem o limite de R$ 10 mil e é destinado para pessoa física, podendo ser utilizado em qualquer atividade econômica”, explicou.
A linha Amasol opera com juros de 2.5% ao mês e o pagamento pode ser feito em até 15 vezes na modalidade capital de giro. Se o empreendedor optar por um investimento fixo ou misto (capital de giro e fixo) o financiamento pode ser parcelado em até 18 meses.
Dedicação e sucesso
Há nove anos na atividade, a empreendedora diz que conseguiu vencer na vida porque não desistiu do sonho. “Eu falo para as pessoas que isso tudo aqui é muito suor. Acordamos cedo, o trabalho é cansativo, mas quando vejo que consegui criar meus filhos, eu fico feliz do esforço que valeu a pena”, disse emocionada.
Sobre o apoio do governo, Francinete disse que não conseguiria todas essas conquistas sozinha. “Quando conheci a Afap, a minha vida mudou. Eles me ajudaram a crescer. Sem esses financiamentos nada disso teria acontecido”, completa.